quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Capitalismo para todos e por todos.

. Pretendo tratar o tema sob a ótica da globalização. Defino o que vejo como pobreza e desigualdade: por pobreza considerarei a ausência de condições de subsistência em um sistema capitalista; por desigualdade considerarei a distinção da valorização humana a partir de classes sociais – também estabelecidas em um sistema capitalista.
. Certamente que a conceituação destes tópicos varia contextualmente, continente a continente, país a país, cidade a cidade. Partindo de minhas definições generalistas, poderia contrapô-las a uma descrição do sistema capitalista, porém, ele se caracteriza por impor estas classificações a todos – tendo como fundamento referencial a posse quantitativa de bens materiais e o acúmulo financeiro. Atenho-me a que o sistema capitalista – com suas classificações e subdivisões – não seja questionado aqui, reconhecendo-o como um paradigma estabelecido e de dificílima transformação.
. Para não haver linha de pobreza, todos devem possuir bens materiais e acúmulo financeiro. É através do trabalho remunerado que ocorre esta possibilidade, portanto, os subempregos e a exploração de mão-de-obra mal remunerada são os aspectos primários a serem extintos do sistema capitalista. As pessoas que se encontram submetidas a estes dois aspectos têm uma característica em comum que as coloca neste lugar de desvalorização pessoal e social: a impossibilidade de estabelecerem relações capitalistas vantajosas – de negociação, de produtividade, de atualização de seus conhecimentos e práticas produtivas e de entendimento sobre como funciona este sistema. Quem não possui conhecimentos a respeito do contexto no qual está inserido, age de forma idealizada e está impossibilitado de reconhecer e aproveitar as oportunidades que surgem diante de si.
. A questão que levanto é: “como uma pessoa, inserida num contexto capitalista, poderá vir a sair da linha de pobreza e, como as diferentes classes sociais poderão vir a se integrar de modo a estabelecerem um sentimento de igualdade?”.
. Considero a hipótese de que será através do reconhecimento de um objetivo em comum que as diferentes classes sociais poderão se igualar, pensando que este objetivo em comum pode ser, justamente, o de erradicar a linha de pobreza do sistema capitalista.
. É na troca de experiências e de interpretações a respeito do contexto, neste diálogo, nesta divulgação das diferentes realidades, que se estabelece este objetivo em comum, pois, todas as classes têm algo para aprender e a acrescentar às outras sobre como é o capitalismo.
. Tendo como meta a erradicação da linha de pobreza, através deste diálogo, as classes terão um ponto de união que supera as desigualdades, tornando-as capazes de irem além dos conflitos entre si.
. Cada classe será, então, uma aliada às outras – mantendo, mesmo assim, outras características do sistema capitalista, como: a troca, o intercâmbio, a soma das diferenças visando ganhos financeiros a todos – na soma de intenções e na troca de informações, principalmente com aqueles que se encontrem na linha de pobreza.